Eles lembram do seriado da TV, da partida de futebol de ontem, de quantos personagens o jogo preferido tem, do filme que viram ano passado, mas quando chegam na escola é como se tivessem a mente desligada. *A descrição é familiar para você? Vamos entender o motivo por trás disso!*

O motivo do tédio escolar é simples: não é um ambiente interessante. Da mesma forma que mudamos de canal quando o programa é chato, os estudantes escolhem uma outra saída para uma aula que lhe dá sono. Hoje em dia, naturalmente, essa saída é o celular e as inúmeras possibilidades que ele oferece, principalmente as redes sociais. Também há, é claro, as clássicas “conversas paralelas”, que tanto atrapalham a aula. O desafio é tornar o processo de aprendizagem interessante e resgatar o gosto dos alunos pela escola e principalmente pelas aulas e o processo de estudar. Mas como?

“Por que aprender o que não é útil para mim?”

No meio estudantil existem algumas dúvidas que permeiam toda a vida acadêmica do aluno, como por exemplo a famosa “Para quê usar a Fórmula de Bhaskara?”. Talvez você também já tenha se perguntado isso. Perguntas como essa refletem a necessidade de perceber a utilidade prática do conteúdo programático. E quando os estudantes não entendem por que é importante estudar determinado assunto, o interesse some quase que instantaneamente.

A chave é relacionar os assuntos com a nossa vida cotidiana ou situações que são mais próximas da realidade vivida na nossa sociedade. Isso aproxima a teoria da realidade e ajuda a fixação do conteúdo. No caso da tão contestada Fórmula de Bhaskara, a sua aplicação é fundamental em alguns campos, como orçamentos industriais e na construção civil. Sem ela os prédios, casas e outros edifícios que são construídos por aí não seriam os mesmos. Percebe como a coisa já mudou de panorama? Você, na verdade, sempre teve Bhaskara em sua vida e nem sabia disso.

“O que eu gosto de fazer não existe na escola”

Na escola estamos acostumados a ver vários campos do conhecimento como Matemática, Português, História, Geografia, Biologia, entre outros. Mas o que fazer quando o maior interesse do seu filho(a) é música? Ou desenho? Essa possibilidade existe e acontece por muitas vezes. O problema aí consiste na sensação de estar seguindo um rumo pré-estabelecido e sem perspectiva de conciliar outras habilidades com aquelas vivenciadas na escola. É fato que em alguns lugares existem o mais vasto leque de atividades e temas, mas isso é exceção e não regra.

Esse pragmatismo pode criar a sensação de que cursar as outras disciplinas acabou se tornando uma obrigação, o que é perigoso. Ser bom e querer aprender tudo de música não significa que você tenha que ser leigo em geografia. Mas estudar toda a grade curricular e não ter acesso na prática a sua área de interesse vai gerar aquela frustração indigesta. O ideal seria que as escolas fossem capazes de conciliar essas outras habilidades, sem que fosse necessário a busca pelo conteúdo em outro lugar. Motivando o aluno dentro do ambiente escolar, a probabilidade do rendimento melhorar só aumenta.

“Não sou reconhecido naquilo em que sou bom”

Um dos maiores problemas acadêmicos também é a falta de reconhecimento daqueles alunos que são realmente muito bons em áreas do conhecimento que são pouco valorizadas na escola. A pessoa que tem uma habilidade fantástica em desenho, por exemplo, pode sentir-se extremamente frustrada quando todos ao seu redor são valorizados por suas habilidades em linguagens ou matemática. É preciso coragem para investir tempo e determinação em carreiras artísticas como a de desenhista ou músico, quando muitos adultos fazem cara feia e desmotivam os jovens com frases como “E isso dá dinheiro?”.

Infelizmente a preocupação dessas pessoas tem justificativa, já que a própria sociedade em que vivemos dá pouco valor para carreiras consideradas “menos tradicionais” e que possuem mercados visivelmente mais complicados de se inserir. Uma das consequências diretas desse fenômeno é a desistência do aluno de querer ir atrás do que gosta e sabe fazer bem, para ser um profissional frustrado e pragmático em uma carreira que não gosta. Isso é ruim para o ramo em que ele está indo, que ganhará um trabalhador minimamente razoável, para o próprio indivíduo que será frustrado em seu ambiente de trabalho e para a sociedade como um todo. Temos então uma bola de neve que só aumenta conforme o tempo passa. Ainda vale considerar que a sociedade para qual estamos indo, tem pouco sobre tradicionalismo e muito sobre inovação. É no mínimo importante pensar a respeito.

A saída

Todos os problemas listados neste artigo tem como base o sistema educacional extremamente rígido que temos. Valorizamos muito algumas áreas do conhecimento e praticamente ignoramos outras. Apesar de ser um problema atual, o seu diagnóstico é antigo. Sob o comando do psicólogo Howard Gardner, na década de 1980, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard desenvolveu a Teoria das Múltiplas Inteligências. O objetivo deles era compreender melhor a inteligência e as diversas maneiras pelas quais ela pode se manifestar.

Segundo Gardner, nascemos com vários tipos de inteligências. Algumas delas mais fortes do que outras, totalizando oito: Corporal-Cinestésica, Verbal-Linguística, Lógico-Matemática, Visual-Espacial, Musical, Interpessoal, Intrapessoal e Naturalista. Cada uma delas pode se manifestar em cada pessoa de uma maneira diferente, algumas com mais intensidade do que outras. O trabalho de Gardner nos faz entender de maneira mais completa a inteligência e, há vários anos, mostra que não podemos exigir de todas as pessoas os mesmos parâmetros de conhecimento. Para entender melhor a Teoria das Múltiplas Inteligências, leia nosso artigo com mais detalhes aqui.
As Múltiplas Inteligências na Escola Meu Caminhar

Na nossa escola também acreditamos, assim como Gardner, que as pessoas não podem ser medidas por um único tipo de inteligência. Valorizamos cada uma dessas habilidades e fornecemos a oportunidade dos papais e mamães, desde cedo, conhecerem as melhores aptidões de suas crianças. Em nossa avaliação os pais têm um mapeamento de quais inteligências seu filho tem mais interesse e quais se destaca mais, trazendo-os para um papel ativo no desenvolvimento de seu filho. Conhecendo as habilidades mais fortes das crianças desde cedo é possível prepará-las melhor, explorando as suas capacidades de mais destaque, fazendo com que cheguem mais preparadas na hora de tomar a importante decisão de que carreira seguir.

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