O início da vida é repleto de descobertas, sensações e cores. Durante os primeiros anos, o mundo social é um campo de oportunidades que resultarão em aprendizado significativo. A criança, em um universo até então desconhecido, construirá diariamente as relações, a percepção sobre a vida e seus próprios entendimentos como indivíduo. A relação com o outro será determinante para que haja atribuição de significado.

Em média aos três anos, a criança conquista gradativamente a capacidade de interagir, na medida em que também administra sua habilidade de se comunicar oralmente, enriquecendo sua inserção nas práticas sociais. O ingresso na vida escolar amplia essas relações, ajudando a estabelecer sua individualidade, que será determinante para a construção da personalidade.

A vida escolar amplia essas relações, sendo uma grande novidade. A separação de “quem eu sou” para “quem são os outros” delimita e frutifica a necessidade da autonomia. Na educação infantil, a linguagem é um dos eixos básicos, compondo os momentos de orientações para as ações intencionais, construção de conhecimentos e troca de ideias. A interação com as diferenças familiares, culturais e de atitude ensinam o funcionamento das relações, o respeito e a cooperação.

Mas como é possível incentivar as relações sociais do filhote?

Como vimos, o ideal é que o processo de interação inicie correspondentemente aos primeiros estágios da infância. Dessa forma, é vital estabelecer estratégias pedagógicas e dentro do lar que possam estimular a expressão de sentimentos, a sensação de segurança e a percepção do educador e pai como figura empática, estabelecendo vínculos de amizade e afeto.

Incentive o seu filho a fazer amigos

Esse processo de socialização insere o indivíduo na sociedade. No caso de crianças, isso significa o contato com um universo mais amplo, afinal, é na primeira infância que a criança aprende a fazer amigos. Essa interação tornará seu filho mais tolerante e compreensivo no que tange aos limites sociais. O impacto logo na primeira infância é importante para determinar a vida como um todo, pois quanto mais velha a criança fica, mais difícil é romper com as barreiras sociais e criar aproximação.

Naturalmente, compreendemos que a vivência com outras pessoas dentro e fora do espaço escolar é fundamental para o desenvolvimento infantil, provocando novas experiências, ensinando a construir hábitos e valores necessários para a organização social. Antes dessa socialização, o mundo da criança é mais limitado, impossibilitando o crescimento de certos aspectos que serão fundamentais para a inteligência emocional.

Na prática, a construção da amizade será facilitada pela escola, mas é importante também estimulá-la, por exemplo, entre vizinhos, irmãos e até mesmo primos, a depender do contexto no qual sua família está inserida. É interessante perceber que ter mais proximidade com esse aspecto é importante para os pais, até para entender quem são os amigos do filhote, ajudando a ter mais profundidade e intimidade com a criança e, como brinde, deixando-o mais livre em ambientes externos, naturais e saudáveis, onde ele terá muito a aprender.

Incentive o trabalho em equipe

O trabalho em equipe também é uma consequência da construção de amizades. Estimule o seu filho a dividir brinquedos, por exemplo, para que ele entenda a necessidade de compartilhar, ter empatia e se comunicar.

Uma ótima dica é a brincadeira de imitar papéis – que não precisa ser necessariamente no tempo de brincar, mas feita em casa, diariamente: dividindo responsabilidades do lar com seu filho na medida em que ele pode fazê-las (confira a nossa tabela das idades mais adequadas para cada tarefa), ensinando empatia, cooperação e autonomia.

A importância de brincar

Brinque com o seu filho e estimule-o a brincar. Comprar brinquedos novos e, principalmente, construir seus próprios brinquedos e criar brincadeiras e momentos é importante como um impulso para o que ele irá compartilhar com os outros.

O papel de brincar é um aspecto fundamental nas relações sociais em crescimento. Brincar traduz o sentindo da palavra infância. Enquanto está em casa, seu filho conserva brincadeiras individuais que, no decorrer de sua infância, serão compartilhadas, cedendo espaço para a construção de laços, criando oportunidades para trocas e resolução de conflitos.

Brincando em grupo, as crianças deixam sua imaginação bailar, levando-as até mesmo a interpretar papéis, percorrer caminhos, vivenciando a comunhão e conhecendo mais do outro.

Comunique-se

É comum ver casos de crianças com atraso na fala simplesmente por causa do sentimento de “desnecessariedade” para este ato. Há casos em que a família já compreende perfeitamente seus gestos, pedidos e vontades. Por isso, estabeleça comunicação com seu filho. Isso o fará comunicativo em todas as etapas do seu desenvolvimento.

Outro grande obstáculo para a fala entre pais é a tecnologia. Muitas vezes, nos mantivemos no celular, com a mente no trabalho, mesmo durante os jantares e na hora de colocar o pequeno para dormir. Pare e permita-se conversar, trocar ideias e ouvir o seu filho diariamente. Isso será importante: influenciará desde o estreitamento de laços até a manutenção deles de acordo com o crescimento infantil.

Um grande bônus dessa dedicação é que, com a proximidade, limites são ensinados mais facilmente. A comunicação permite a criança ser escutada, mas também escutar, entendendo as diferenças e se tornando mais empática. Enquanto os pais podem ser muito mais tolerantes com certas atitudes, outras crianças podem não ser, criando a necessidade do bom convívio. A criança aprenderá a respeitar e a garantir que seja respeitado.

Use a tecnologia como aliada

Dispositivos eletrônicos são atraentes para as crianças pois oferecem estímulos visuais, musicais e rítmicos. É interessante utilizá-los ao seu favor, até mesmo em jogos virtuais que são compartilhados, aplicativos de aprendizado e filmes assistidos em família, debatidos e conversados. Utilize a tecnologia até mesmo para ler para o pequeno de dormir, tendo diariamente um momento de troca interativa de qualidade, calma e afetividade com o filhote.

Assim, garantimos maior envolvimento da nossa parte no desenvolvimento da socialização das crianças, canalizando formas de interação cooperativas, construindo valores primordiais: respeito mútuo, empatia, desenvolvimento moral, inteligência emocional e autonomia. Por fim, considera-se fundamental um trabalho cooperativo entre os pais e a educação voltado para a motivação do ambiente com interações sociais construtivas entre os pequenos e nós.

 

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